A obesidade em cães e gatos é definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal suficiente para prejudicar as funções fisiológicas do organismo.
É uma síndrome clínica multifatorial que causa um estado inflamatório crônico, uma vez que, durante a obesidade, são produzidas diversas sustâncias inflamatórias no tecido adiposo que resultam em alterações metabólicas e hormonais.
Hoje, estima-se que 25 a 40% dos cães e gatos que chegam nas clínicas veterinárias estão com sobrepeso ou obesos, situação que pode acarretar no desenvolvimento de doenças, exacerbar outra preexistente e reduzir a expectativa de vida do animal.
Sabe-se que o estilo de vida dos nossos animais tem sido um grande fator para o desenvolvimento da doença, uma vez que muitos são sedentários, têm alimento à vontade ou sem controle, além da oferta excessiva de petiscos. Existem outros fatores que podem levar à obesidade, como predisposição racial, castração precoce, alterações endócrinas e uso de medicamentos que aumentam o apetite.
A obesidade tem sido associada a um aumento na incidência de problemas cardiorrespiratórios, ortopédicos, dermatológicos e desordens metabólicas. Animais obesos têm até dois anos a menos de expectativa de vida quando comparados com outros de condição corporal adequada.
Muitos tutores não sabem ou têm dificuldade de reconhecer se seu animal está acima do peso. Um trabalho mostrou que os donos subestimam em 20 a 30% o sobrepeso de seus animais. Então como identificar se seu animal precisa emagrecer? Você deve saber que para seu animal se encontrar no peso ideal as costelas devem ser palpáveis sem que se perceba excesso de cobertura de gordura, porém elas não devem ser visíveis. Analisa-se também se o animal, quando visto de cima, tem sua cintura observada com facilidade. Se tiver dificuldade de fazer essa avaliação, procure a ajuda do seu veterinário de confiança!
Veja abaixo como é feita a classificação do escore de condição corporal dos cães e gatos:
Então o que fazer se você identificar que seu animal está acima do peso? É de suma importância uma avaliação clínica completa e acompanhamento com um médico veterinário para realização de um programa de redução de peso adequado e seguro, de forma a não comprometer a massa corporal magra do animal. Neste caso, o programa pode ser feito tanto com uma dieta comercial quanto uma caseira, o que vai depender da disponibilidade e opção do tutor.
O tutor deve cooperar no aumento do nível de atividade física desse animal. O tempo de passeio, o número de vezes por dia e a quantidade de dias por semana podem ser aumentados. Isso pode ser realizado com a ajuda de dog walkers, caso o tutor não disponha de muito tempo para isso. A natação é um ótimo exercício, principalmente para cães com osteoartrite.
Para os felinos, passeio com coleiras, estimular atividades com brinquedos, laser point e a exposição a espaços verticais que os estimulem a caminhar e pular dentro do domicílio são estratégias interessantes que podem auxiliar nesse processo. A criatividade do tutor em estimular o animal a se movimentar conta muito nessas horas.
O uso de brinquedos que liberam comida conforme o animal interage com ele ou esconder petiscos em rolos de papel higiênico, por exemplo, são exemplos muito bons e que ajudam no estímulo a atividade física. Porém vale lembrar que a quantidade deste alimento utilizado nas brincadeiras não deve ultrapassar a quantidade diária estipulada pelo médico veterinário.
A obesidade é prejudicial para a saúde e compromete a longevidade, portanto tutores devem estar cientes de que o animal nesta condição precisa ser tratado e retirado desse estado inflamatório. Além disso, o sucesso vai depender da compreensão, motivação e cooperação do tutor, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do pet.