VACINAS EM CÃES E GATOS

Você sabia que nem todas as vacinas em cães e gatos precisam ser aplicadas anualmente?
Vacinas em cães e gatos

Existe um grupo hoje que nos dá diretrizes para seguir sobre vacinas em cães e gatos e esse guia foi feito para ter uma aplicação global. É o Grupo de Diretrizes de Vacinação da WSAVA, a World Small Animal Veterinary Association ou Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais.

Ele diferencia as vacinas entre essenciais, não essenciais (opcionais) e não recomendadas. As essenciais são aquelas que todos os cães e gatos devem receber. São as que defendem o animal contra doenças graves com distribuição global. Para cães são as que protegem contra o cinomose, adenovirose e parvovirose, e para gatos são as contra panleucopenia, calicivirose e rinotraqueíte. No Brasil, a vacina contra a raiva também se encaixa nas essenciais por exigência legal, uma vez que o país é endêmico para a doença.

As vacinas em cães e gatos essenciais podem ser dadas a cada três anos se o animal tiver respondido à vacinação inicial, o que se verifica através de testes sorológicos que comprovam se o animal está protegido ou não contra cinomose, parvovirose e adenovirose.

Já as vacinas não essenciais, ou também chamadas de opcionais, são aquelas em que a eficácia das mesmas é menor e, para serem consideradas no protocolo vacinal do seu animal, o veterinário precisa considerar os riscos de exposição, conforme a distribuição geográfica da doença e no estilo de vida do animal. Para cães são as vacinas como a contra Leptospirose, Bordetella bronchseptica, Gripe canina, Parainfluenza e Leishmaniose. Para gatos, a vacina contra FeLV (Vírus da leucemia felina), FIV (Vírus da imunodeficiência felina), Chlamydia felis e Bordetella bronchiseptica.

A administração delas deve ser anual, uma vez que a duração da imunidade delas é geralmente de 1 ano. Como hoje não existem vacinas univalentes contendo apenas um único antígeno considerado nas vacinas não essenciais, exceto a da Leishmaniose, fica a critério do veterinário, considerando os riscos de exposição do animal, administrar anualmente ou não a vacina múltipla (óctupla ou déctupla).

As vacinas não recomendadas são aquelas onde não há evidência científica suficiente para justificar sua utilização, como as vacinas para Coronavírus para cães e vacina para felinos contra Peritonite infecciosa.

Segue um trecho do guia de vacinação de cães e gatos da WSAVA:

“As vacinas não devem ser dadas sem necessidade. As vacinas essenciais não devem ser dadas mais frequentemente do que a cada três anos após a injeção de reforço aos 6 ou 12 meses subsequente à série primaria dos filhotes de cães/gatos, pois a duração da imunidade é de vários anos, podendo durar até o fim da vida do animal de estimação. ”

A ideia não é ser contra a vacinação. Pelo contrário, ela é imprescindível! Aliás, esse grupo, citado no começo deste texto, recomenda firmemente que todos os cães e gatos sejam vacinados, uma vez que as vacinas em cães e gatos não protegem somente os animais vacinados, mas também reduz as chances de ocorrem surtos de doenças infecciosas quando uma população inteira é vacinada.

O questionamento levantado aqui é sobre um uso mais racional das vacinas e a instituição de protocolos individualizados para os animais de acordo com a situação em que vivem.

Como uma vez disse Artur Vasconcelos, meu querido mentor durante a época da faculdade, ‘Devemos vacinar mais animais menos vezes.’

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